Proposta de reajuste: 10% no salário; 14% no vale
O índice de 10% valeria também para PLR e piso. Os 14% seriam para os vales refeição e alimentação. Prevê, ainda, entre 63% e 72% de anistia dos dias parados. Assembleias serão na segunda-feira, às 17h, e Comando indica aprovação da proposta que é resultado da grande luta feita pelos bancários
Uma das mais fortes greves da categoria bancária conseguiu dobrar os bancos. “Os banqueiros queriam impor um reajuste abaixo da inflação e a nossa luta fez com que o índice dobrasse, saindo de 5,5% para 10%”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.
Assim, na sexta-feira 23 a Fenaban fez sua proposta final: reajuste de 10% para salários, piso, PLR, e de 14% para os vales alimentação e refeição e para a 13ª cesta (veja quadro abaixo).
Era o 18º dia de greve e até então todas as propostas apresentadas estavam abaixo da inflação e impunham perdas aos trabalhadores: 5,5% mais abono de R$ 2.500 em 25 de setembro; depois 7,5% sem abono e 8,75% na última semana, para finalmente chegar aos 10% diante da inflação de 9,88% (INPC).
Dias parados – Os bancos também tentaram fazer com que os trabalhadores pagassem ou compensassem todos os dias parados durante a greve. O Comando Nacional dos Bancários não aceitou e isso fez com que as negociações se arrastassem por toda a sexta. A rodada foi interrompida por volta de 23h30 e só no sábado à tarde os bancos cederam.
Assim, caso a proposta seja aceita, a negociação garantiu que não haverá desconto dos dias e com anistia de 63% dos dias parados para quem faz jornada de seis horas e de 72% dos dias para quem faz oito horas. A compensação, seja para quem fez os 14 dias úteis de greve ou menos será de, no máximo, uma hora por dia, entre 4 ou 5 de novembro (quando o acordo, caso aprovado, será assinado) até 15 de dezembro. De acordo com a Fenaban, essa proposta só vale até as assembleias de segunda-feira 26.
Saúde – A Fenaban apresentou um termo de entendimento a ser assinado entre os seis maiores bancos e o movimento sindical bancário com mesas específicas para tratar de ajustes na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento. As comissões de empresa acompanharão para garantir a melhoria das condições de trabalho.
Vitória da luta – “Esse resultado foi alcançado graças à pressão dos trabalhadores, que não podem ser punidos pelo seu direito à mobilização”, diz Juvandia Moreira. “A proposta apresentada representa mais um ano em que os bancários conseguirão garantir seu poder de compra. Estamos num ano com várias categorias fechando acordos com perda salarial. Diante desse cenário a luta dos bancários representa uma vitória contra os bancos que queriam impor um reajuste abaixo da inflação”, ressalta a dirigente.
Com esse índice, em 12 anos a categoria vai acumular 20,83% de ganho real nos salários e 42,3% nos pisos. “Em função disso, os bancos tentaram impor perdas à categoria e foram derrotados pela forte mobilização dos trabalhadores. Os bancários que lutaram estão de parabéns. Todo o resultado veio da força da nossa luta, da nossa resistência e de nossa unidade nacional”, reforça a presidenta do Sindicato.
O Comando avalia que não haverá mais avanços por parte da Fenaban e recomenda a aceitação da proposta. “O risco de continuar a greve agora pode significar regredir em relação principalmente aos dias parados.”
FONTE: SEEB/SP