Arquivo

Arquivo de agosto, 2013

Fenaban apresenta proposta no dia 5 de setembro

28, agosto, 2013

Na terceira rodada de negociação, bancos mantiveram intransigência e não apresentaram proposta sobre remuneração 

O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban se reuniram nesta segunda e terça, dias 26 e 27 de agosto, em São Paulo, para a terceira rodada de negociação da Campanha 2013; em discussão as cláusulas econômicas. Entre as propostas apresentadas pelos representantes dos bancários estão 5% de aumento real e reposição da inflação do período, valorização do piso, Plano de Cargos e Salários (PCS), adiantamento do 13º, salário do substituto, vale-cultura e PLR de três salários mais a parcela adicional fixa de R$ 5.553,15.

A Fenaban não fez uma contraproposta, mas informou que irá levar as demandas para as instituições financeiras e que apresenta ‘proposta global’, isto é, que contemple a pauta geral de reivindicações dos trabalhadores, na próxima quinta-feira, 5 de setembro, às 14h.

Conjuntura do sistema financeiro

Na abertura da rodada nesta segunda-feira, o Comando Nacional fez uma rápida análise de conjuntura do sistema financeiro, apresentando dados e fazendo avaliação sobre os lucros crescentes das instituições, a rentabilidade, a evolução do emprego e dos salários e a concentração de renda no setor, que é ainda maior que no resto da sociedade. Os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Federal e HSBC) tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre, que representa a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial. Em contrapartida, continuam fechando postos de trabalho e reduzem a média salarial da categoria com a rotatividade.

Produtividade cresce e salário médio cai

O Comando apresentou ainda estudo do Dieese feito a partir dos balanços dos bancos mostrando que, enquanto o número de bancários por agência diminuiu 5% (de 24,15 para 22,95) entre junho de 2012 e junho de 2013, em razão do enxugamento de postos de trabalho, no mesmo período o lucro líquido por bancário aumentou 19,4%, a carteira de crédito por empregado cresceu 19,8% e o número de conta-corrente por trabalhador passou de 285 para 304 (crescimento de 6,9%).

Apesar do aumento da produtividade e dos ganhos reais da categoria com mobilizações e greves, que entre 2004 e 2011 foi de 13,94% no salário e 31,70% no piso, a remuneração média (salário mais verbas fixas) dos bancários diminuiu nesse período. Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, a remuneração média da categoria em 2004, deflacionado pelo INPC, era de R$ 4.817,12 . Em 2011 (último ano disponível pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 – uma redução de 1,5% no poder de compra dos salários.

Cláusulas econômicas: principais demandas

Reajuste de 11,93% e piso do Dieese – Os representantes dos bancários defenderam o reajuste de 11,93%, que inclui a inflação do período mais 5% de aumento real, argumentando sobre a importância de recompor o poder de compra do salário e valorizar o piso salarial, conforme o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), diante dos lucros crescentes dos bancos e do aumento da produtividade.

Os negociadores da Fenaban primeiro disseram que o reajuste sobre o piso esse ano será o mesmo que sobre as demais verbas, mas diante da argumentação do Comando afirmaram que levarão a demanda para os bancos.

PCS – A reivindicação dos bancários é que as empresas tenham critérios objetivos e transparentes para a ascensão profissional, o que inclui reajuste anual de 1% todas as verbas de natureza salarial e a partir do quinto ano completo de serviço o reajuste será de 2%.

Os bancários também reivindicam dos bancos a movimentação horizontal e/ou vertical de pelo menos um nível na tabela salarial a cada cinco anos na mesma função. E para os cargos das carreiras administrativas, operacional e técnica querem que o preenchimento seja feito por meio de seleção interna.

Os representantes da Fenaban disseram que a reivindicação é uma maneira disfarçada de pedir anuênio e não querem discutir PCS, afirmando que isso é “interferência insuportável” para os bancos. Entretanto, as instituições públicas têm planos de cargos de salários.

Em relação ao adiantamento do 13º salário, os negociadores dos bancos assumiram o compromisso de consultar os patrões.

Salário do substituto – A reivindicação é que nas substituições, mesmo em caráter provisório, seja garantido ao substituto o mesmo salário do substituído. Os representantes patronais rejeitaram a demanda, afirmando ser justo que o bancário trabalhe substituindo chefias porque assim está sendo avaliado para futuras promoções.

Vale-cultura – O objetivo é incentivar a diversidade cultural, conforme prevê a Lei 12.761/2012, exigindo que os bancos concedam todo mês aos trabalhadores um vale-cultura de R$ 100,00 para compra de ingressos para peças teatrais, cinema, shows, musicais, bem como para outros espetáculos artísticos.

Eles disseram não ter posição ainda sobre o tema, que é preciso aguardar a regulamentação da lei, mas que levarão a proposta aos banqueiros e depois voltarão a discutir a proposta.

PLR – A reivindicação dos bancários é de PLR equivalente a três salários mais valor fixo de R$ 5.553,12 e que não pode ser compensado nos planos próprios de remuneração variável. O Comando argumentou que a cada ano diminui a massa salarial dos bancários e, como há falta de transparência nos balanços dos bancos, a categoria quer mudar a regra de forma a torná-la mais simples e fácil de compreender.

Os dirigentes sindicais frisaram que os bancários querem maior percentual de distribuição da PLR, mais próximo do tamanho do lucro das empresas, e elevação dos tetos que limitam os valores a serem distribuídos. E cobraram dos bancos uma discussão séria sobre os PDDs, as provisões para devedores duvidosos, cujos montantes os bancos vêm aumentando sem justificativa técnica, o que diminui a PLR. Com essas provisões, só os trabalhadores perdem.

Os representantes dos bancos descartaram a possibilidade de mudança de regra da PLR durante esta campanha nacional.

Auxílios-refeição, cesta-alimentação e creche/babá – A reivindicação dos bancários é aumentar os auxílios-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá para R$ 678,00, equivalente ao salário mínimo nacional.

Os representantes da Fenaban afirmaram que nos últimos anos reajustaram os auxílios acima da inflação e descartaram a elevação dos valores como querem os trabalhadores.

A Fenaban também ficou de discutir com os bancos a manutenção da cesta-alimentação para afastados por doença ou acidente de trabalho até a alta do INSS. Atualmente, o pagamento ocorre até 180 dias do afastamento.

Gratificação semestral – Os bancários reivindicam o pagamento de uma gratificação semestral de 1,5 salário para todos os trabalhadores nos meses de janeiro e julho. Alguns estados (RS, BA, PB e SE) e bancos em outros estados já pagam essa verba salarial há muitos anos, no valor de um salário.

A Fenaban, porém, negou a reivindicação, afirmando não haver sentido existir simultaneamente PLR e gratificação semestral, deixando claro que quer acabar com essa verba. Os dirigentes sindicais rebateram, dizendo que se trata de uma forma de valorização do trabalho dos bancários.

Auxílio educacional – O Comando reivindicou o pagamento de um auxílio educacional por todos os bancos, para empregados que estejam cursando ensino médio, graduação e pós-graduação. Várias instituições já concedem bolsas de estudo.

Os representantes da Fenaban negaram, alegando que o assunto deve ser discutido banco a banco. Os dirigentes sindicais insistiram na concessão do auxílio, pois significa qualificação da mão de obra, favorecendo bancários e bancos.

Parcelamento de adiantamento de férias – O que os bancários reivindicam é que, por ocasião das férias, a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sucessivas, a partir do mês subsequente ao do crédito, sem acréscimo de juros ou correção de qualquer espécie. Vários bancos já efetuam parcelamentos.

Os negociadores da Fenaban vão levar a demanda aos bancos.

Previdência complementar – Os bancários reivindicam que todos os bancos instituam e patrocinem planos de previdência complementar fechados para todos os trabalhadores, com o objetivo de garantir a complementação de aposentadoria e pensão por morte e invalidez. Vários bancos já são patrocinadores de fundos para os seus funcionários.

Os representantes dos banqueiros, no entanto, disseram que esse é um tema para discussão banco a banco, como acontece com os planos de saúde, não sendo pauta da Convenção Coletiva.

 

 

Fonte: Feeb SP/MS, com informações da Contraf

CAMPANHA SALARIAL – 2a rodada negociação

19, agosto, 2013

Segunda rodada de negociação com a Fenaban termina sem avanços

No segundo dia da rodada de negociação sobre emprego, os bancos voltaram a frustrar os bancários e não apresentaram respostas para as principais reivindicações sobre terceirização, correspondentes bancários e igualdade de oportunidades. Na abertura da rodada, ontem, foram discutidos jornada, fim das demissões e mais contratações, além de garantia de emprego, e os banqueiros também não apresentaram soluções.

O Comando Nacional conclama a categoria a se mobilizar no próximo dia 22 de agosto, com a realização de passeatas a partir das 17h. A terceira rodada de negociação com a Fenaban ficou marcada para os dias 26 e 27 (segunda e terça), em São Paulo, quando serão discutidas as cláusulas econômicas.

Correspondente bancário

 O Comando reafirmou na rodada desta sexta-feira, 16, que defende a universalização do atendimento bancário, com agências em todos os munícipios, sendo que onde não for possível a instalação de agências deve haver postos de atendimento com bancários prestando os serviços. A categoria reivindica ainda que os bancos não apliquem as resoluções do Conselho Monetário e do Banco Central, que permite que os correspondentes bancários prestem alguns serviços para as instituições financeiras.

 Terceirização

 Representantes dos bancários reforçaram a luta contra o PL 4330, que precariza as relações trabalhistas no país, ao permitir que qualquer serviço seja terceirizado, incluindo a atividade-fim, e reduz salários e direitos. A Fenaban insiste que o projeto de lei servirá para ‘purificar’ as empresas e que eles estão preocupados com a proteção dos trabalhadores.

Mudanças tecnológicas

 O Comando reivindicou que seja constituída no prazo de até 45 dias a contar da data da assinatura da CCT uma comissão bipartite para discutir os impactos das mudanças tecnológicas no emprego. A Fenaban afirmou que não é possível discutir o assunto em uma mesa bipartite e apresentou a contraproposta de realização de um seminário sobre o tema.

Igualdade de oportunidade

 Assim como nos debates sobre correspondes e terceirização, não houve avanço na discussão sobre igualdade de oportunidades. A categoria reivindica que os bancos adotem medidas preventivas para eliminar práticas discriminatórias; contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes e que os bancos assumam o compromisso de democratizar o acesso aos critérios para promoções, por exemplo, garantindo que mulheres, negros, indígenas, homoafetivos e pessoas com deficiência tenham as mesmas condições de contração que os demais. O comando ainda cobrou a ampliação da licença paternidade, mas a Fenaban empurrou o assunto para a mesa temática.

 

fonte: FEEB SP

 

 

 

 

 

CAMPANHA SALARIAL 2013/2014

9, agosto, 2013

Pauta de reivindicações dos bancários entregue à Fenaban

primeira negociação dia 8

O Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban (Federação dos Bancos) nesta terça-feira, 30, a pauta de reivindicações dos bancários para a Campanha Nacional de 2013. O documento foi aprovado na 15ª Conferência Nacional realizada nos dias 19, 20 e 21 de julho, em São Paulo, e referendado em assembleias realizadas pelos sindicatos. Também foram entregues as reivindicações específicas do funcionalismo do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A primeira rodada de negociações será no dia 08 de agosto, sobre saúde, condições de trabalho e segurança.

Davi Zaia, presidente da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS), destaca que a pauta foi construída de forma muito participativa, com consulta aos bancários e discussões em encontros regionais e conferência Interestadual e Nacional. “A expectativa é de que façamos uma boa campanha, que as negociações sejam eficientes e as demandas dos trabalhadores atendidas. Os balanços divulgados pelas instituições financeiras mostram que elas têm condições de atender às nossas reivindicações”, afirmou.

Entre os principais itens da pauta estão reajuste salarial de 11,93% (reposição da inflação do período mais aumento real de 5%); piso de R$ 2.860,21; PLR de três salários mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15; fim da terceirização, das metas abusivas e da rotatividade e mais contratações.

Outros itens prioritários: 

> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional);

> Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que permite que qualquer atividade seja terceirizada e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.

Banco do Brasil

O Comando Nacional dos Bancários entregou também as reivindicações específicas do funcionalismo do Banco do Brasil definidas no 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, realizado nos dias 17, 18 e 19 de maio, em São Paulo. A pauta é centrada no combate ao plano de funções comissionadas, ao assédio moral, a política antissindical e as péssimas condições de trabalho.

Caixa Econômica Federal

A pauta entregue hoje e que será defendida durante a Campanha e nas negociações permanentes com a Caixa Econômica Federal foi aprovada no 29ª Conecef e tem cinco eixos prioritários: condições de trabalho – 6 horas já para todos, mais contratações, melhorias na logística e fim do assédio moral; isonomia – ATS e licença prêmio para todos, fim da discriminação do REG/Replan não saldado, ticket na aposentadoria; valorização do piso; Saúde Caixa e recuperação do poder de compra dos salários.